domingo, 2 de dezembro de 2012

Projeto Espaço Sagrado da Curva do S, Parque Nacional da Tijuca,



Projeto Espaço Sagrado da Curva do S, Parque Nacional da Tijuca,

Lideranças religiosas e ambientalistas dão abraço simbólico no Parque da Tijuca (Foto: Eloi Mattar)

Jade Curvello – Com o objetivo de preservar recursos naturais e as práticas culturais a eles associadas, o Elos da Diversidade, Componente do Programa Ambiente em Ação, reuniu, nesta quinta-feira, lideranças religiosas, representadas principalmente pelos Guardiões do Sagrado e da Natureza, e membros da equipe e ambientalistas, Parque Nacional da Tijuca, Zona Norte do Rio. O local será o primeiro a receber o Espaço Sagrado.

O Espaço será construído na Curva do S, no Alto da Boa Vista. As obras serão concluídas até meados de 2013. O local contará com uma Central de Tratamento de Resíduos Religiosos, com composteira, aterro e área de separação dos materiais para reciclagem, além de um viveiro para a produção de mudas, batizado de Jardim das Folhas Sagradas. As atividades realizadas no local vão desde a orientação aos visitantes a oficinas educativas, focando em práticas religiosas sustentáveis com o uso de elementos que não agridam a natureza.

Entre as ações que têm a finalidade de preparar o espaço são realizadas pelo Elos da Diversidade, está a Oficina de Gestão de Resíduos Religiosos. A oficina buscou aprofundar o debate acerca das normas que deverão ser implantadas no espaço. A destinação do resíduo religioso gerado após serem oferendas foi um dos temas debatidos.

De acordo com o coordenador do Elos da Diversidade, Carlos Frederico, esse debate será fundamental.

– Um dos grandes problemas da Curva do S é o acúmulo de resíduos que pode ocasionar a degradação do próprio espaço, por isso é de extrema importância começarmos a definir as normas nesse momento –, explica Frederico.

Para o articulador do Elos da Diversidade, Aderbal Ashogun, uma das maiores preocupações do projeto são resíduos religiosos.

– É necessário um destino especial para esses resíduos, assim como é feito com os resíduos hospitalares –, adverte o articulador.

Dentre os problemas ocasionados pela prática religiosa sem consciência, Aderbal cita que um dos maiores impactos na natureza são os sacos plásticos, as garrafas PET, o uso de vidros e velas.

– O espaço sagrado tem que ter sinalização, orientação de uso e um local apropriado para as oferendas –.

A superintendente de educação ambiental, Lara Moutinho encerra a Oficina exaltando a liberdade religiosa e desconstruindo o preconceito – É preciso compatibilizar, tirar um pouco do preconceito que existe, tanto institucional como individual e regulamentar a prática, porque a religião também quer a conservação da natureza – finaliza Lara Moutinho .

O Elos da Diversidade busca compatibilizar o que muitos pensam ser improvável, práticas religiosas à conservação da natureza, atuando com educação ambiental e ações de combate à intolerância religiosa.

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